
As indústrias de máquinas e equipamentos e de material plástico tiveram melhora de produção, com impacto em estoques, ao longo de 2024. É o que informam ao Valor os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Jose Velloso; e da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz. De acordo com ambos, a melhora parece ter ocorrido principalmente no segundo trimestre desse ano.
No caso de máquinas e equipamentos, junho mostrou altas de produção de 2,4% ante maio; e de 1,7% ante junho de 2023, informou a Abimaq. “Tivemos fluxo de vendas que, no segundo trimestre, foi melhor do que no primeiro trimestre. Como o estoque está baixo, existe espaço para aumentar a produção, para a reposição de estoques”, resumiu Velloso.
Ele pontuou que a melhora é recente. Isso porque, no acumulado de primeiro semestre, a produção de máquinas e equipamentos ainda acumula recuo de 2%.
Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, concorda e complementa. “Quando olhamos os dados mensais, o último trimestre, por exemplo, notamos leve recuperação do setor. Ainda acumulamos essa queda forte, mas quando olhamos o primeiro trimestre, acumulávamos queda ainda maior, de 21%”, disse. Um movimento de melhora na demanda externa — o setor exporta em torno de 20% a 25% da produção —, aliado a procuras mais fortes em segmentos específicos, levou ao bom desempenho, frisaram.
No entanto, Zanella salientou que, no caso de máquinas e equipamentos, a recuperação ocorreu “um pouco tardia”. Isso porque não impedirá quedas em receita líquida de vendas e em produção, em 2024, respectivamente de 7% e de 1,1%. Mas as quedas poderiam ser maiores, não fosse a recuperação no segundo trimestre, admitiu. No acumulado até junho, receita e produção mostram recuos mais intensos do que o projetado para o ano: de 16,4% e de 2% respectivamente, segundo dados da Abimaq e do IBGE, afirmou ela.
Para a indústria de material de plástico, no entanto, a previsão é de alta na produção. Segundo a Abiplast, no primeiro semestre o setor produziu 3,6 milhões de toneladas de produtos transformados plásticos, com previsão de atingir 7,13 milhões de toneladas em 2024 — o que representaria alta de 1,5% ante 2023. No primeiro semestre, houve aumento de 5,9% ante igual período de 2023, contra expansão de 2,7% da indústria da transformação, notou Roriz. “Nós estamos crescendo principalmente na indústria de embalagens. Embalagens para alimentos, embalagens para bebidas, no setor eletroeletrônico, no setor de automóveis”, completou Roriz. “Isso é muito positivo para nós. Porque é o fato de você estar crescendo mais que a indústria como um todo; e mais do que crescemos aí no ano passado”, disse.